terça-feira, 13 de novembro de 2007

Corredor de Espera

Entre espasmos e engasgos
envolvidos docemente
em água em sangue denso
vai-se chegando num espanto
por uma estreita janela
entre-abertas - pernas-ternas
da Matriz ou Santa Sé
reimpressão
redivina
reencarnação
red-obrar
vir a luz
originar-se
ser partejado ou parido
início do teorizar
(chame como quiser)
duvidar de cada oitava
pois nove meses é que é
tempo de primavera
e lírios de São José
Pré nome alcunha apelido
duvidar de tudo duvido
insistir no sem-sentido
da estrofe de nove versos
na evolução das cenas
inicia-se o que faz míopes
necromante ignorante
o Todo-que-se-exaspera
amargo escuro espesso
brilho de luz claro-escuro
sem fim corredor de espera
insigts alguns clarões
flashs e muita fala
zumbidos de abelhas em vidro
ipês amarelos luvas
pra dedos de vento e chuva
ditados mestres discursos
acasos desvios paixões
vulneráveis criaturas
pois de vidro tudo é feito
(inquebrável canelura
só Santamarina garante)
túneis de turvos espelhos
sem largura disponível
que deformam a dimensão
ao tempo ordenado e sensível
à flor que rompe a casca
(em lenta transformação)
da seca semente e o solo
da Matriz ou Santa Sé

não se atinge nunca o alvo

ao longe difusovéu
de Gaza que semi-vela
bêbados corredores
neste corredor de espera

Ao lado do berço espantada
severíssima rezava
repetindo-se num terço
e dramática
minah mãe abominava
por meu olho de menina(o)
ter uma estrela no meio
superfície refratária
feitas curvas transparentes
cristalinas e de aumento
duas lentes revelavam
o mistério de esmeraldas

ao lado da testa o azul
de um rio à argonautas
e as presas afiadas
mastigavam dividindo
aos não bebedores de leite
doces frutos Alepinos

e minha mãe adequada
cumprindo sua miopia
me fez pária e eu partia
neste mundo distorcido
tão só sentindo alegria

***De Helena Armond

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Agarra


Inventa-se tua alma
e assuma seus enigmas
compreende que a jornada é longa
Inventa-se a tua verdade
a sua verdade
que falta nos olhos de todos

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Conto Extraordinário


"Meditar infatigavelmente durante horas seguidas, com atenção presa em algum frívolo desenho sobre a margem ou no texto de um livro; absorver-me, durante a maior parte de um dia de verão, ca contemplação de uma sombra curiosa a cair obliquamente sobre o tapete ou sobre o assoalho; deixar-me ficar, uma noite inteira, a observar a chama firme de uma lâmpada ou as brasas de uma lareira; sonhar o dia inteiro com o perfume de uma flor, repetir monotonamente alguma palavra comum, até que o som devido às repetições frequentes, deixasse de me transmitir ao espírito qualquer idéia; perder todo o sentido de movimento ou de existência física por meio de uma absoluta imobilidade corporal, longa e persistentemente mantida - eis aí algumas das mais comuns e menos perniciosas fantasias produzidas por um estado das faculdades mentais que não era, na verdade, inteiramente sem paralelo, mas que, por certo, desafiava qualquer análise ou explicação."

Edgar Allan Poe - L. Contos Extraordinários - conto Berenice

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Fora no fim de semana


(*tradução de uma música do Neil Young - Out in the Weekend)

Acho que vou fazer as malas e comprar uma perua
Levar para Los Angeles
Encontrar um lugar para chamar de meu e me adaptar
Começar um novo dia

A mulher na qual penso, ela me amou até gastar
Mas eu estou tão deprimido hoje
Ela é tão legal, ela está em meus pensamentos
Eu a ouço me chamando

Veja o rapaz solitário, saindo pro fim de semana
Tentando fazer valer a pena
Não se identifica com a alegria, ele tenta falar e
E não consegue começar a dizer

Ela tem quadros nas paredes, eles me fazem olhar pro alto
De sua grande cama de bronze
Agora eu estou caindo na estrada tentando ficar acordado
Em algum lugar na sua mente

A mulher na qual penso, ela me amou até gastar
Mas eu estou tão deprimido hoje
Ela é tão legal, ela está em meus pensamentos
Eu a ouço me chamando
Veja o rapaz solitário, saindo pro fim de semana
Tentando fazer valer a pena
Não se identifica com a alegria, ele tenta falar e
E não consegue começar a dizer

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Bebo a vida


Ainda assim
bebado himundo
sujo, mal cheiroso
caçado, vomitado
barbudo...

Ainda assim
bebo o úmido da seiva
Ainda assim
bebo a vida

Entorpeciso
Embriagado
Feliz
Bebo a minha vida
ferida, mas minha vida
e assim vivo

Pressentindo as raízes
e aprofundando elas ...

Anunciado


Nao lerei
jornais
livros
revistas
Deixo gavetas
abertas
Palavras em alguma memoria
Memória dentro de mim
Lápis
Giz
Carvão
E fica guardado esperando
Como todos vou embora
Estou indo
Embora nao sinta falta
to indo de vez
Eu fui
Graças a Deus nao acredito
Eu nao acredito
eu grito
No andar solitario
andando cavalgando
mas eu fui
perdi
mas fui ...

Por enquanto

Ainda não voltei
das nuvens cinzas
Anda não voltei de dentro.

Ainda sigo quieto
de olhos abertos
e coração em silêncio.

Eu não Presto

Como eu sou podre
Como sou himundo
Como sou do mundo
Como sou desmundo
Como sou defunto
Como eu sou pobre

Como eu sou esnobe
Como eu sou vadio
Como sou sozinho
Como sou labirinto
Como sou precário
Como eu sou esnobe

Era o quê?

Era medo, e não era medo
Era dó e nao era dó
Era vaidade e não era vaidade
Enfim, era amor sem amor
Isto é sim delírio
E tudo isso dava uma combinação assaz complexa e vaga
-assim como essa palavra (assaz)
Uma coisa que não podereis entender
Como eu nao entendi
Suponhamos que eu nao disse nada

Tira

Tira...isso tira dentro de mim
esse pedaço de carne
Tira o pedaço contínuo,
solto, de papelT
ira, era que nao demora
Um dia olhei suas palavras
De raiva, convencidas
E eu nao sabia se voce sabia o que sabia
Nem eu sabia, mas agora sei! ...
Em voce em mim se esconde um amor raivoso
E até culposo, sem razao
Agora tira
Tira de vez esse pano mal tratado
Tira o rancor

( artista desconhecido) - nao recordo o nome do(a) poeta

Desejo


(*Intextualização com uma música do Barão Vermelho - Frejast)

Curto seu corpo
Quando está no meu corpo
É coisa assim tão nova
Músculos e nervos também
Curto seu corpo, eu curto o que ele faz
Sentir a coluna do seu corpo
Seus ossos e a macia pele
Firmes ancas
Que de novo beijarei
Curto beijando isso e aquilo de você
Lentamente afagando a penugem
Chocante de seu pelo elétrico

Isso! Goza pela carne rompida
E pelos olhos grandes, nacos de amor
Curto a prova
E o prazer de sob mim você assim
Completamente nova

Isso vem Deleite na minha cama
Quero fazer voce gozar de novo
EU quero te ter
Nao me venha falar de medo
Quero o prazer
quero ter
e meter
O seu instinto é meu desejo mais puro
Vou, vou indo e bebo o vinho
o nosso ninho esta pegando fogo
Sinta e sente
relaxe e goze
O mel puro do amor te pegou
Tudo vai acontecer
E se voce quiser eu viro seu capacho
Te provoco e te bato
O momento da explosao do tesao
Venha, vem te satisfazer...

Tímido ( egocêntrico )

Estão olhando pra você
Estão falando de você
A chuva é pra molhar você
A reza é pra salvar você
Cachorros latem pra você
Estão pensando em você
Cuidado com você
Cuidado!Cuidado!

Quem tem dinheiro te roubou
Quem tem amou te traiu
Se alguém partiu te abandonou
Se ela é puta, te pariu
Se não tem pai o filho é seu
Se alguém morreu a culpa é sua
O prazer é todo seu
Se você entra a casa é sua
Cuidado! Cuidado!

Olha para os outros e se vê
Todos são espelhos pra você
Só para você a vida corre
Quando você dorme o mundo morre
Até você morrer
Cuidado!Cuidado!
Com você!

Reflexão

A imagem refletida
refletiu o aocntecimento do irreal
marcada por fatos reflexiveis
A ilusao psicodelica da razao
fez a reflexaoMas o olhar...
o olhar
nao admirou a beleza
das leis da opticas

Passo

Tudo é tao confuso
Tudo é tao difuso
Tudo e todos
Todos nos seus lugares

Amores que sempre senti
Amores que nunca vi
Sentimentos formados
Sentimentos misturados

Mas como posso sentir assim?
Se eu nem sei de mim
E voce, cadê, nao vi...
Passo, e eu me perdi.

Mentiras

E eu brincava de ser feliz!
Embriagado pela a realidade
fingia ser o heroi que nao sou.

Vivia no mundo púrpuro de Pasárgada.
Quero ser feliz
um pouquinho mais
só para ver suas lágrimas
misturadas com o seu sorriso...

Ponta

Em cada ponta da Faca
Em cada ponta da Cruz
Em cada ponta do Coração
Em cada ponta da Ponte
Em cada ponta do Fio
Em cada ponta da Vida
Em cada ponta
fica um Tudo...

Chame do que Quiser

Poderia cavar um tunel na noite e nele cantar
Poderia reler a historia
que te fez esquecer o domingo la fora
Poderia tambem fugir das cidades
mas as mares das cidades estao no copo.

Viajamosnós e os outros
sem nome e sem rosto
A brisa balança a noitea lua dorme a cidade
e o copo viaja
Poderia viajar sem porto e sem mapa
apenas com os nomesRelogios batem
passos batem na calçada
É hora de amassar as horas
e o corpo e relogio dao horas
Todo homem é um corpo entre relogios
todo homem é um sonho entre raízes
Somos terra, pedras e raízes
Tudo em nós é memoria de alguem
que nos falo de alguem
tudo em nós é um ouvir dizer de avô a neto
palavras percorrendo a geografia da familia
com seus pequenos rios por onde se foge
Sonhamos fugimos e estamos presos
Somos sonho e prisaoe as horas batem
Em algum lugar alguem canta
Sonhar, fugir
semear atras do mundo uma cidade
Partir a noite em todos os navios
para uma terra sem navios partindo
Correr, fugir de que fronteiras
e todo homem é fronteira
toda fuga uma cruz
e ao fim da madrugada o sol canta e batem os relogiosa vida,
bate em algum lugar chama pos nós

Nenhum mar ha de lavar meu sonho de amar
Nenhum mastro ha de florir ao sol da minah bandeira sem sol
Nenhuma terra em solidao ha de me escutar

Versos Livres

Quero encontrar as letras
que completam a dignidade de um ser.
Talvez
,estas letras misteriosas
só existam nos meus versos,
onde voam livres.
Livres!

Coisas

O mar ainda é azul nos olhos teus?
Quem dormia nao dorme
Quem cantava no mar esta remando em pedras
Quem riscava nos muros tem nas maos uma âncora

Palavras sobramTenho medo?
Terei certezas?
Sou anarquista comunista democrata
Sou é nada
Sou pureza sou himundo

Tenho palavras nos dentes para ver teu sangue
E palavras nos olhos para ver seu medo
E no bolso apenas trocados...

E precisamos é de mensagens em vidros abafados
Pois é preciso manter o sorriso dos sabados
E o das segundas
Nos dentes imperfeitos embora postiços
E toda santa manha sorrir mesmo sem café
Acender as palavras do ultimo dia do ano
E do ultimo dia do ano a qualquer hora do dia

Será facil amar?
Cumprir a vida...

O importante é viver mesmo com medo
O importante é estar vivo embora com fome
O importante é nao dar importancia
É dançar o rock em torno de si
Ler Drummond e rasgar os jornais
Porque o amanha...Despertas

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Colheita

O que é a primavera
senão um retorno das flores,
se soubermos esperar?

Diga-me,
quantos poemas você colheu
desde a última vez que nos vimos?!

Apenas terça-feira

Por ser terça feira,
Pouco tenho a dizer. Bebo meu copo da água
Pela manhã
E saio pela rua,
Como sempre faço, Toda Terça-feira.
Pareço concentrado
Mas não estou
Pareço ausente,
mas não estou, Também não estou,
Simplesmente não estou. Um ponto pequeno
nesta rua,
Andando com o calor, sem brisa
Sem nada.

de Flávio Alberoni

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A janela do mundo em meu quarto

Oh veja como sou intelectual, veja minhas olheiras, veja como sou artista, sou poeta, plástico, ator, diretor, psicólogo, não não filosofo, ah esse sim filosofo contemporâneo que busca a dialética dos pensadores do passado a explicação e teoria para as minhas angustias e porque não as suas também. Leio Brechet, Platão, Tostoi, Balzac, Dante, que tal um nacional Machado e tantos outros que não quero me alongar nisso.
Veja moro no interior mas tenho a janela do mundo, aqui tenho tudo. Olha sou irreal tá, só gosto de me esconder um pouco porque quero privacidade é isso privacidade quem não quer ne?! Mas coloco tudo o que quero nessa janela poesias pensamentos fotos quadros, meus sonhos são infinitos. Ora o que pensa, veja como sou moderninho, olha meus amigos virtuais, cadê os reais?! Viver de cara limpa e de frente para a vida é difícil o choque do Real é muito e não é pairo para mim.
Agora é serio veja as minhas perturbações e angustias, não é uma obra-prima, veja o sangue na parede, meu Deus como sou trágico. O mundo de mentiras é constante e vicioso, eu prefiro gostar assim sem ser real – ah é e tem que goste? – oh se tem... atualmente tenho uma namoradinha, mas tenho uma mulher que eu queria te-la não sei como a seja e nem como ela é, mas queria Ter. - Mas que mundo é esse seu no seu quarto, privado, meio mórbido a vida não é mais do que isso?!- A meu amigo o meu mundo esta na minha janela, meus pais não me compreende, tenho tudo nunca necessitei de nada e mesmo assim necessito de tudo. Agora to em euforia já tive e tenho de certo modo tristezas, o meu sangue é goteira na parede dela.
Oh como sou moderno, como tenho o espirito elevado, como tenho amigos artistas de todas as espécies nessa janela, nunca os vi, nunca falei com eles, temos discursos calorosos, mas nunca olhamos um para o outro – então não sabes a prova de um olhar verdadeiro mesmo quando se mente – ah pra que isso se por aqui é mais pratico quando fecho a janela termina lá nunca dei bola para alem disso.
Eles me acham e sou mesmo um gênio vejo filmes e de Bergman, Antonioni, Fellini e todos os alemães, a também o teatro os poetas, nossa sou muito mais eu e meus pensamentos, não gosto de me expor mas exponho tudo o que penso, sou é intelectual moderno. Tenho esconderijo magico é só meu é só nosso, ela nunca me viu, mas deliria com meus pensamentos as minhas poesias, eu ate gosto dos quadro dela, nunca fiz nada só cartas e fotografias distorcidas trocadas nessa janela, e algumas angútias. Como sou irônico com o próximo isso demostra as minhas idéias e o quanto tenho de personalidade – ah sim sei compreendo, gostas de conversas com gente inteligente né – meu amigo não me tome por mal, mas eu sou intelectual.

***

É a vida toma outra dança nos tempos atuais, modernos pós-modernos contemporâneos, dentro de seus quartos com suas janelas, tendo o mundo as seus pés, mas não dentro do mundo não vivendo, o mendigo na rua é só mais um mendigo, o que vale é o Ser o Estar suas formas, Arte (seja ela o que for). Não entendo pessoas que se escondem ou querem renegar o sente, ou pior ainda não mostram a sua face (já cometi esses erros, não por vergonha, mas sim por medo de assustar a todos e de certa forma proteger todos com a minha verdade com todo o meu ser, mas percebi que isso é besteira e que hoje em dia as pessoas necessitam disso). Pessoas que não conhecem pessoas, que conhecem pessoas, os falsos intelectuais, pseudo-artistas sem movimento, sem coerência, afetados, se corroem por dentro em busca do seu EU fechado, em busca de um reconhecimento inesperado, não se pode deixar se revelar sem antes abrir a porta.
Hoje eu arrombei as portas que me fechavam, digo a minha verdade sabendo que ela não é sabia, mas é a minha verdade, errada verdade, mas é a minha, não tenho mais a janela do mundo aos meus olhos, mas tenho um mundo todo as meus pés, não tenho sangue nenhum derramado, nem mascaras e fotografias nas minhas feições, tenho um mundo e pode ele parecer pequeno e medíocre aos seus olhos, mas é meu mundo e ele esta sobre meus pés e ele é real com tudo o que a realidade tem para dar com todas as suas dores e mazelas, não tenho ar de intelectual, apenas a minha face... e dou ela a bater...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Acordando

Hoje descubrir
quem eu sou
tomando banho

A água caindo
no ralo
o espelho embaçado

A realidade escorrendo
e um fio de cabelo
no chão

Hoje só lembrei
de mim
no café

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Misturas

Que se dissipou, não era poesia
Que se partiu, cristal não era...

Esquenta, e dilacera
E faz o esquema dentro
que com formas e labirintos acontece
se me procuras e não acha
não é culpa sua
e de certo ponto nem minha
são as velhas e boas formas
que crias

Mas se pedisse consolo no ombro
não encontra
já não tem mais e nem importa
a solidão é encontrada nas viagens
Agora vai faça o teu tormento
o seu grito é cortante
mas não arrepia

Queria andar descalço
no asfalto do meio-dia
e assim ter os pés cheios de hematomas
não olhar pra trás
é essa a minha missão
fazer abusar e nao olhar
Vivo assim
Gosto porque és legítimo!!
Legítimo porque me pertece
Sou eu o famigerado
O mentiroso
O criador
Dei os sonhos e depois arranquei
e não lhe digo mais nada

Que o meu abraço encontre sempre o teu sorriso...
Feliz que nem borboleta quando o vento tira pra dançar!
E assim se desmantela contra a parede e o sangue dela
Assim... é a vida que criei
Utopia... ora quem não sonha quem nao mente

O que cortou, não era carne
O que lutou, não era soldado...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Luta

Lutar!
Podes encachá-lo ou não;
o essêncial é que lutes.
Vida é luta.
Vida sem luta
é um mar morto no centro do organismo universal.

Renúncia

Não cantarei mais amores que tenho
e que quando tive celebrei
Não falarei das injustiças que tem
porque elas estão sempre comigo
Não ensinarei mais nada a ninguém
poruqe não sei de mais nada
Não brigarei mais
pois sou um covarde cheio de vontade e coragem

Minha vida é o nada
jamais cantei algo da vida
e se o canto saiu da minha boca lastimada
é poruqe o vento a trouxe
e o leva para longe aonde ninguém escuta

Não viverei mais
pois a morte chega sem mais
Não olharei a alegria
porque não me traz eufória
Não irei dizer mais nada
porque defunto nao faz
absolutamente nada

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fulana

Tal como é ou deve ser:
branca, intacta, neutra, rara
feita de pedra translúcida
de ausência e ruivos ornatos

Sei que jamais me perdoara
matar-me para servi-la
Você quer homens forte
couraçados invasores

Como é sádia
os enfermos somos nós

Sou eu o poeta precário
ordinário, o desconhecido
que faz de você um mito

Mas, se tensasse construir
outra que não
essa de burguês sorriso
e de tão burro esplendor

E lhe dou todas as faces
de meu sonho que especula

A lua fica sendo nosso esquema
de um território mais justo

E digo a você: amor
já não sofro, já não brilhas
mas somos a mesma coisa
uma coisa tão diversa do que pessavamos
somos os mesmos de sempre

Quero morrer sufocado
quero das mortes a mais hedionda
quero voltar repelido
pela salsugem do largo

Quero a declaração
do que nao pode e possa acontecer

(**de MERLOT FALCAO)

Primórdios - jamais

Jamais beijarei sua boca
Jamais tocarei em seu rosto
Jamais olharei seu sorriso
Jamais fundarei seus olhos
Jamais escutarei sua voz
Jamais vou te ver dormindo
Jamais te abraçarei
Jamais cantarei de novo
Jamais irar sonhar comigo
Jamais olharei tomar banho
Jamais seu perfume
Jamais tu vai pensar em mim
Jamais tu vai lembrar de mim
nunca vai sentir meu amor
jamais vai pegar em uma flor
há não ser quando ver na TV
que um jovem louco e doente
se suicidou por falta de amor
Jamais sentirei amor
Jamais dizer que gosto de você
Jamais a atração vai me condenar
Jamis irei escutar
A morte anunciada
Jamais de dor
Jamais de amor

(*de MERLOT FALCAO )

Fragmentos

Posso serm armas, revoltar-me?

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim
Ao menino de 1986 chamavam de anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim
Com ele me salvo
E dou a poucos uma esperança mínima

Pois a hora mais bela
surge da mais triste

Não sei o que seja
Eu não a escolhi
Jamais a Fitei
Mas levo uma coisa

Não estou vazio
não estou sozinho
pois anda comigo
algo indescritível.

(*poema retirado de trechos diversos de Drummond)

Um dia de verão no inverno

Nunca morrer assim num dia de sol
De vento forte calor arrebatador
Ne suar ao respirar
E de tentar chegar a sombra

Não querer o sobreviver além do querer
e refazer as vantagens do consciente
pois a chegada do ocorrido é fato

Nas primaveras de verão o florecer das flores
é mais um acontecimento do irreal
da captaçao das luzes e de improvérbios
aonde o caule estremece

Morrer só quando ter a chuva e a nuvem cinza
querer a renovaçao além da encarnação
nunca morrer enquanto viver...

A reflexão como forma de razão

A imagem refletida
refletiu o acontecimento do irreal

A ilusão psicodélica da razão
fez a reflexão

Mas o olhar não admirou a beleza
da leis opticas

A reprodução do irreal
é a razão plena do descontentamento

Tempo e vento

Não sou tempo
não sou vento

Vivo o presente
lembrando o futuro

A angústia da solidão
traz consigo a escravidão

Coisas da vida

Eu já provei muita coisas...

furacões, marés, dragões.

Mas as coisas da vida
eu simplesmente
deixei acontecer.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Crenças

Eu acredito em mim
acredito na confiança
Acredito na inocência das crianças
acredito em um tal Deus
Acredito na ciência
mesmo que agora venham me dizer
que o conceito de planeta deve ser repensado

Acredito na força da gravidade
acredito que haja vida em Marte;
acredito também que Saturno
seja feito basicamente de gás e poeira
mesmo que la nunca tenha ido
mesmo que meus olhos de lá nunca e nunca
virão ou nem ser quer viram.

Acredito que a musica possa elevar o espirito
e fazer as nossas vidas mais alegres e leves
diminuindo a dor e o sofrimento do dia-a-dia
Acredito na Aspirina
que cura tudo desde a gripe, dor de dente e câncer
acredito no gosto bom de uma risada
e porque nao em destino, ja que acredito em tudo
o que meus olhos veêm e meu ser capta

Enfim acredito no que posso ser feito e vivo
crendo que direito é correto e legítimo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A conquista do Espelho

Eu roubei esses versos
Como quem rouba pão
Com a mão urgente
Com urgência no coração
Eu contei estórias
Inventei vitórias
Como quem tem preguiça
Como quem faz justiça
Com as próprias mãos
Eu roubei quase tudo que eu tenho
Só pra chamar a atenção
E, quando cheguei em casa
Vi que lá morava um ladrão
Eu perdi quase tudo que eu tinha
A paz A paciência A urgênciaque me levava pela mão

Uma noite interminável
Numa cela escura!!! sentido !!!...
...Censores sem poder de censura
O ruído dos motores
Numa sala de torturas....
Censores sem talento
Sensorial...

Nunca mais saiu da minha boca
O gosto amargo da palavra traição
Nunca mais saiu da minha boca
Nenhum elogio a nenhuma paixão
Uma noite mal dormida
Um país em maus lençóis
Sem sono
Sem censura100% de nada não é nada:
É muito pouco
Sem sono
Sem censura100% de nada não é nada:É muito pouco

Gemidos

Ainda esta comigo
em algum canto
o teu burguês sorriso
que um dia achei lindo
o teu passo sonso
o teu siso no olhar

Em alguma tábua de salvação
da memória, em fios embaranhados
estão aquelas palavras ditas
as malditas palavras
as não ditas
cuspidas, banidas e cheias
de adeus, adeus e adeus
Em algum canto daquela casa
estão presas e pregadas à parede
carcomida do corredor

Que gemem à noite, todas as noites

Paixões

As paixoes e as manhãs
são traiçoeiras. Às vezes
trôpegas, nem sempre inteiras,
mas sempre sijeitas
a pancadas ocasionais

As paixões, feito as manhãs
são imperfeitas: nascem dos
sonhos, dos soluços, dos defeitos
Manhãs são loucos vendavais
paixões são arranhar de peitos

As paixões são matinais
em turvas noites. Um dia ruim
no outro sorte. E quase sempre
guerra santa, estiletes, punhais
geladas madrugas

Calos sangrando depois da jornada.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Vida Paralela (parte II)

Estou indo ao encontro
Ao encontro de algo que não sei
Espero não me perder

Estou esperando algo extraordinário
acontecer, pode ser por acidente,
enquanto isso, vou vivendo...

Vida Paralela

Todos são engraçadinhos
e gozadinhos
e há os sádicos
A depressão como conteúdo
Uma forma paralela

-Ah querida, a vida é mais
E é para lá que vou

As suas formas ecores
não estendo tapete
Agora vejo o medo nos seus olhos
Nessa vida paralela vaguei
e deitei após beber
Confesso que esses são os reis que voce sonha
Seu esconderijo mágico
não posso entrar e nem quero
sou o incredulo, o cretino
o que nao presta, revogando o direito de viver

Vem

Abre os olhos
e venha ver
Sua mãe já esta esperando
o bolo esta quente

Lindo, é lindo tudo isso
Lindo, lindo meu menino

E todos os dias
e todas as noites

Ah! eu já posso ver
e crer

Você crescendo brincando no parque
Se lambusando com o sorvete
Vamor sorrir
oh meu filho
você é ouro
e todas as histórias que eu conto
é pra voce dormir

Vem comigo
pegue nas minhas mãos
eu não deixo você cair

Ponta

Em cada ponta
da faca
da taça
em cada ponta da cruz
em cada ponta do coração
em cada ponta da vida
da ponte
em cada ponta do fio
da corda

Em cada ponta fica um tudo...

Desilusão

A desilusão nunca me desiludiu

É sempre fato: quando
estou entregando a minha alma,
ela me enfia a faca!

Por isso, você medusa
ser intruso
me persegue

Desilusão que brilha em um dedo,
que fica em um beijo
um abraço...
Até mesmo em olhares cruzados

Sentimento contido com ódio

Viver para quem já vivi

Se valer

Desde que fique a imagem...
então vai valer a pena,
apenas isso

Minha Cara

minha cara de eufória
não demostra as minhas tristesas,
nem meu pouco dinheiro
nem meu ódio

minha cara de eufória
custou minha vida
nos tremores dos sons
e escondeu o mundo existente
dentro de mim

Saindo das Cinzas

Escrevi no tempo
talvez seja por isso que me perdi nele

Sonhei com a dúvida
talvez seja por isso que hoje ando ajoelhado

Vivi com mentiras
talvez seja por isso que morri

O vento passou, congelou
sobrou lembranças e um pouquinho de medo
olhei para trás e via a paissagem
a ponte à morte
os significados tortos
a escrita o sonho da vida
e um brincar de ser poeta

Hoje renascir...

Fórmulas

Dividamos o mundo em pedaços

ao fazermos isto observamos

como um todo

Para que possamos encaxa-lo

no todo fragmentado



Observamos uma complexidade

inesperada e envolvente

patrocinada por delírios diferentes

Questionamentos surgiram

mas as palavras desfrigurarão...



Tal à mostra nos permite

compreender que fórmulas

matemáticas, físicas, químicas

ou até mesmo geográficas

fazem parte de tal diâmetro



Isto tudo é indiferente

no contexto do sentimento

ao compasso de executarmos

descrição descritiva na poética analítica

sem o questionamento da fragmentação evolutiva.

Egocêntrico

Sou poeta menor, perdoe-me...
sou menor do que o próprio menor poeta
sou mediocre no que faço

Mas não faço poesia para lhe agradar
nem tão pouco para rimar
Não faço poesia para revigorar seus sentimentos

Ora! faço poesia

Não quero poesias já ditas
nem tampouco as não ditas

Quero o bumbo esticado
o martelo agalopado
soltando facetas que não compreende





Faço-as para mim


somente isso...

Analisando as Sobras

Vou viver o vazio que me resta
Vou comer o resto
Vou sentir as sobras do amor
Vou ter a última chance de vencer
Vou deitar na cama mais fria que existir
Vou beber o copo de salivas
Vou desperdiçar o último respiro
para tentar lhe beijar