quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Bebo a vida


Ainda assim
bebado himundo
sujo, mal cheiroso
caçado, vomitado
barbudo...

Ainda assim
bebo o úmido da seiva
Ainda assim
bebo a vida

Entorpeciso
Embriagado
Feliz
Bebo a minha vida
ferida, mas minha vida
e assim vivo

Pressentindo as raízes
e aprofundando elas ...

Anunciado


Nao lerei
jornais
livros
revistas
Deixo gavetas
abertas
Palavras em alguma memoria
Memória dentro de mim
Lápis
Giz
Carvão
E fica guardado esperando
Como todos vou embora
Estou indo
Embora nao sinta falta
to indo de vez
Eu fui
Graças a Deus nao acredito
Eu nao acredito
eu grito
No andar solitario
andando cavalgando
mas eu fui
perdi
mas fui ...

Por enquanto

Ainda não voltei
das nuvens cinzas
Anda não voltei de dentro.

Ainda sigo quieto
de olhos abertos
e coração em silêncio.

Eu não Presto

Como eu sou podre
Como sou himundo
Como sou do mundo
Como sou desmundo
Como sou defunto
Como eu sou pobre

Como eu sou esnobe
Como eu sou vadio
Como sou sozinho
Como sou labirinto
Como sou precário
Como eu sou esnobe

Era o quê?

Era medo, e não era medo
Era dó e nao era dó
Era vaidade e não era vaidade
Enfim, era amor sem amor
Isto é sim delírio
E tudo isso dava uma combinação assaz complexa e vaga
-assim como essa palavra (assaz)
Uma coisa que não podereis entender
Como eu nao entendi
Suponhamos que eu nao disse nada

Tira

Tira...isso tira dentro de mim
esse pedaço de carne
Tira o pedaço contínuo,
solto, de papelT
ira, era que nao demora
Um dia olhei suas palavras
De raiva, convencidas
E eu nao sabia se voce sabia o que sabia
Nem eu sabia, mas agora sei! ...
Em voce em mim se esconde um amor raivoso
E até culposo, sem razao
Agora tira
Tira de vez esse pano mal tratado
Tira o rancor

( artista desconhecido) - nao recordo o nome do(a) poeta

Desejo


(*Intextualização com uma música do Barão Vermelho - Frejast)

Curto seu corpo
Quando está no meu corpo
É coisa assim tão nova
Músculos e nervos também
Curto seu corpo, eu curto o que ele faz
Sentir a coluna do seu corpo
Seus ossos e a macia pele
Firmes ancas
Que de novo beijarei
Curto beijando isso e aquilo de você
Lentamente afagando a penugem
Chocante de seu pelo elétrico

Isso! Goza pela carne rompida
E pelos olhos grandes, nacos de amor
Curto a prova
E o prazer de sob mim você assim
Completamente nova

Isso vem Deleite na minha cama
Quero fazer voce gozar de novo
EU quero te ter
Nao me venha falar de medo
Quero o prazer
quero ter
e meter
O seu instinto é meu desejo mais puro
Vou, vou indo e bebo o vinho
o nosso ninho esta pegando fogo
Sinta e sente
relaxe e goze
O mel puro do amor te pegou
Tudo vai acontecer
E se voce quiser eu viro seu capacho
Te provoco e te bato
O momento da explosao do tesao
Venha, vem te satisfazer...

Tímido ( egocêntrico )

Estão olhando pra você
Estão falando de você
A chuva é pra molhar você
A reza é pra salvar você
Cachorros latem pra você
Estão pensando em você
Cuidado com você
Cuidado!Cuidado!

Quem tem dinheiro te roubou
Quem tem amou te traiu
Se alguém partiu te abandonou
Se ela é puta, te pariu
Se não tem pai o filho é seu
Se alguém morreu a culpa é sua
O prazer é todo seu
Se você entra a casa é sua
Cuidado! Cuidado!

Olha para os outros e se vê
Todos são espelhos pra você
Só para você a vida corre
Quando você dorme o mundo morre
Até você morrer
Cuidado!Cuidado!
Com você!

Reflexão

A imagem refletida
refletiu o aocntecimento do irreal
marcada por fatos reflexiveis
A ilusao psicodelica da razao
fez a reflexaoMas o olhar...
o olhar
nao admirou a beleza
das leis da opticas

Passo

Tudo é tao confuso
Tudo é tao difuso
Tudo e todos
Todos nos seus lugares

Amores que sempre senti
Amores que nunca vi
Sentimentos formados
Sentimentos misturados

Mas como posso sentir assim?
Se eu nem sei de mim
E voce, cadê, nao vi...
Passo, e eu me perdi.

Mentiras

E eu brincava de ser feliz!
Embriagado pela a realidade
fingia ser o heroi que nao sou.

Vivia no mundo púrpuro de Pasárgada.
Quero ser feliz
um pouquinho mais
só para ver suas lágrimas
misturadas com o seu sorriso...

Ponta

Em cada ponta da Faca
Em cada ponta da Cruz
Em cada ponta do Coração
Em cada ponta da Ponte
Em cada ponta do Fio
Em cada ponta da Vida
Em cada ponta
fica um Tudo...

Chame do que Quiser

Poderia cavar um tunel na noite e nele cantar
Poderia reler a historia
que te fez esquecer o domingo la fora
Poderia tambem fugir das cidades
mas as mares das cidades estao no copo.

Viajamosnós e os outros
sem nome e sem rosto
A brisa balança a noitea lua dorme a cidade
e o copo viaja
Poderia viajar sem porto e sem mapa
apenas com os nomesRelogios batem
passos batem na calçada
É hora de amassar as horas
e o corpo e relogio dao horas
Todo homem é um corpo entre relogios
todo homem é um sonho entre raízes
Somos terra, pedras e raízes
Tudo em nós é memoria de alguem
que nos falo de alguem
tudo em nós é um ouvir dizer de avô a neto
palavras percorrendo a geografia da familia
com seus pequenos rios por onde se foge
Sonhamos fugimos e estamos presos
Somos sonho e prisaoe as horas batem
Em algum lugar alguem canta
Sonhar, fugir
semear atras do mundo uma cidade
Partir a noite em todos os navios
para uma terra sem navios partindo
Correr, fugir de que fronteiras
e todo homem é fronteira
toda fuga uma cruz
e ao fim da madrugada o sol canta e batem os relogiosa vida,
bate em algum lugar chama pos nós

Nenhum mar ha de lavar meu sonho de amar
Nenhum mastro ha de florir ao sol da minah bandeira sem sol
Nenhuma terra em solidao ha de me escutar

Versos Livres

Quero encontrar as letras
que completam a dignidade de um ser.
Talvez
,estas letras misteriosas
só existam nos meus versos,
onde voam livres.
Livres!

Coisas

O mar ainda é azul nos olhos teus?
Quem dormia nao dorme
Quem cantava no mar esta remando em pedras
Quem riscava nos muros tem nas maos uma âncora

Palavras sobramTenho medo?
Terei certezas?
Sou anarquista comunista democrata
Sou é nada
Sou pureza sou himundo

Tenho palavras nos dentes para ver teu sangue
E palavras nos olhos para ver seu medo
E no bolso apenas trocados...

E precisamos é de mensagens em vidros abafados
Pois é preciso manter o sorriso dos sabados
E o das segundas
Nos dentes imperfeitos embora postiços
E toda santa manha sorrir mesmo sem café
Acender as palavras do ultimo dia do ano
E do ultimo dia do ano a qualquer hora do dia

Será facil amar?
Cumprir a vida...

O importante é viver mesmo com medo
O importante é estar vivo embora com fome
O importante é nao dar importancia
É dançar o rock em torno de si
Ler Drummond e rasgar os jornais
Porque o amanha...Despertas

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Colheita

O que é a primavera
senão um retorno das flores,
se soubermos esperar?

Diga-me,
quantos poemas você colheu
desde a última vez que nos vimos?!

Apenas terça-feira

Por ser terça feira,
Pouco tenho a dizer. Bebo meu copo da água
Pela manhã
E saio pela rua,
Como sempre faço, Toda Terça-feira.
Pareço concentrado
Mas não estou
Pareço ausente,
mas não estou, Também não estou,
Simplesmente não estou. Um ponto pequeno
nesta rua,
Andando com o calor, sem brisa
Sem nada.

de Flávio Alberoni

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A janela do mundo em meu quarto

Oh veja como sou intelectual, veja minhas olheiras, veja como sou artista, sou poeta, plástico, ator, diretor, psicólogo, não não filosofo, ah esse sim filosofo contemporâneo que busca a dialética dos pensadores do passado a explicação e teoria para as minhas angustias e porque não as suas também. Leio Brechet, Platão, Tostoi, Balzac, Dante, que tal um nacional Machado e tantos outros que não quero me alongar nisso.
Veja moro no interior mas tenho a janela do mundo, aqui tenho tudo. Olha sou irreal tá, só gosto de me esconder um pouco porque quero privacidade é isso privacidade quem não quer ne?! Mas coloco tudo o que quero nessa janela poesias pensamentos fotos quadros, meus sonhos são infinitos. Ora o que pensa, veja como sou moderninho, olha meus amigos virtuais, cadê os reais?! Viver de cara limpa e de frente para a vida é difícil o choque do Real é muito e não é pairo para mim.
Agora é serio veja as minhas perturbações e angustias, não é uma obra-prima, veja o sangue na parede, meu Deus como sou trágico. O mundo de mentiras é constante e vicioso, eu prefiro gostar assim sem ser real – ah é e tem que goste? – oh se tem... atualmente tenho uma namoradinha, mas tenho uma mulher que eu queria te-la não sei como a seja e nem como ela é, mas queria Ter. - Mas que mundo é esse seu no seu quarto, privado, meio mórbido a vida não é mais do que isso?!- A meu amigo o meu mundo esta na minha janela, meus pais não me compreende, tenho tudo nunca necessitei de nada e mesmo assim necessito de tudo. Agora to em euforia já tive e tenho de certo modo tristezas, o meu sangue é goteira na parede dela.
Oh como sou moderno, como tenho o espirito elevado, como tenho amigos artistas de todas as espécies nessa janela, nunca os vi, nunca falei com eles, temos discursos calorosos, mas nunca olhamos um para o outro – então não sabes a prova de um olhar verdadeiro mesmo quando se mente – ah pra que isso se por aqui é mais pratico quando fecho a janela termina lá nunca dei bola para alem disso.
Eles me acham e sou mesmo um gênio vejo filmes e de Bergman, Antonioni, Fellini e todos os alemães, a também o teatro os poetas, nossa sou muito mais eu e meus pensamentos, não gosto de me expor mas exponho tudo o que penso, sou é intelectual moderno. Tenho esconderijo magico é só meu é só nosso, ela nunca me viu, mas deliria com meus pensamentos as minhas poesias, eu ate gosto dos quadro dela, nunca fiz nada só cartas e fotografias distorcidas trocadas nessa janela, e algumas angútias. Como sou irônico com o próximo isso demostra as minhas idéias e o quanto tenho de personalidade – ah sim sei compreendo, gostas de conversas com gente inteligente né – meu amigo não me tome por mal, mas eu sou intelectual.

***

É a vida toma outra dança nos tempos atuais, modernos pós-modernos contemporâneos, dentro de seus quartos com suas janelas, tendo o mundo as seus pés, mas não dentro do mundo não vivendo, o mendigo na rua é só mais um mendigo, o que vale é o Ser o Estar suas formas, Arte (seja ela o que for). Não entendo pessoas que se escondem ou querem renegar o sente, ou pior ainda não mostram a sua face (já cometi esses erros, não por vergonha, mas sim por medo de assustar a todos e de certa forma proteger todos com a minha verdade com todo o meu ser, mas percebi que isso é besteira e que hoje em dia as pessoas necessitam disso). Pessoas que não conhecem pessoas, que conhecem pessoas, os falsos intelectuais, pseudo-artistas sem movimento, sem coerência, afetados, se corroem por dentro em busca do seu EU fechado, em busca de um reconhecimento inesperado, não se pode deixar se revelar sem antes abrir a porta.
Hoje eu arrombei as portas que me fechavam, digo a minha verdade sabendo que ela não é sabia, mas é a minha verdade, errada verdade, mas é a minha, não tenho mais a janela do mundo aos meus olhos, mas tenho um mundo todo as meus pés, não tenho sangue nenhum derramado, nem mascaras e fotografias nas minhas feições, tenho um mundo e pode ele parecer pequeno e medíocre aos seus olhos, mas é meu mundo e ele esta sobre meus pés e ele é real com tudo o que a realidade tem para dar com todas as suas dores e mazelas, não tenho ar de intelectual, apenas a minha face... e dou ela a bater...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Acordando

Hoje descubrir
quem eu sou
tomando banho

A água caindo
no ralo
o espelho embaçado

A realidade escorrendo
e um fio de cabelo
no chão

Hoje só lembrei
de mim
no café

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Misturas

Que se dissipou, não era poesia
Que se partiu, cristal não era...

Esquenta, e dilacera
E faz o esquema dentro
que com formas e labirintos acontece
se me procuras e não acha
não é culpa sua
e de certo ponto nem minha
são as velhas e boas formas
que crias

Mas se pedisse consolo no ombro
não encontra
já não tem mais e nem importa
a solidão é encontrada nas viagens
Agora vai faça o teu tormento
o seu grito é cortante
mas não arrepia

Queria andar descalço
no asfalto do meio-dia
e assim ter os pés cheios de hematomas
não olhar pra trás
é essa a minha missão
fazer abusar e nao olhar
Vivo assim
Gosto porque és legítimo!!
Legítimo porque me pertece
Sou eu o famigerado
O mentiroso
O criador
Dei os sonhos e depois arranquei
e não lhe digo mais nada

Que o meu abraço encontre sempre o teu sorriso...
Feliz que nem borboleta quando o vento tira pra dançar!
E assim se desmantela contra a parede e o sangue dela
Assim... é a vida que criei
Utopia... ora quem não sonha quem nao mente

O que cortou, não era carne
O que lutou, não era soldado...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Luta

Lutar!
Podes encachá-lo ou não;
o essêncial é que lutes.
Vida é luta.
Vida sem luta
é um mar morto no centro do organismo universal.

Renúncia

Não cantarei mais amores que tenho
e que quando tive celebrei
Não falarei das injustiças que tem
porque elas estão sempre comigo
Não ensinarei mais nada a ninguém
poruqe não sei de mais nada
Não brigarei mais
pois sou um covarde cheio de vontade e coragem

Minha vida é o nada
jamais cantei algo da vida
e se o canto saiu da minha boca lastimada
é poruqe o vento a trouxe
e o leva para longe aonde ninguém escuta

Não viverei mais
pois a morte chega sem mais
Não olharei a alegria
porque não me traz eufória
Não irei dizer mais nada
porque defunto nao faz
absolutamente nada

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fulana

Tal como é ou deve ser:
branca, intacta, neutra, rara
feita de pedra translúcida
de ausência e ruivos ornatos

Sei que jamais me perdoara
matar-me para servi-la
Você quer homens forte
couraçados invasores

Como é sádia
os enfermos somos nós

Sou eu o poeta precário
ordinário, o desconhecido
que faz de você um mito

Mas, se tensasse construir
outra que não
essa de burguês sorriso
e de tão burro esplendor

E lhe dou todas as faces
de meu sonho que especula

A lua fica sendo nosso esquema
de um território mais justo

E digo a você: amor
já não sofro, já não brilhas
mas somos a mesma coisa
uma coisa tão diversa do que pessavamos
somos os mesmos de sempre

Quero morrer sufocado
quero das mortes a mais hedionda
quero voltar repelido
pela salsugem do largo

Quero a declaração
do que nao pode e possa acontecer

(**de MERLOT FALCAO)

Primórdios - jamais

Jamais beijarei sua boca
Jamais tocarei em seu rosto
Jamais olharei seu sorriso
Jamais fundarei seus olhos
Jamais escutarei sua voz
Jamais vou te ver dormindo
Jamais te abraçarei
Jamais cantarei de novo
Jamais irar sonhar comigo
Jamais olharei tomar banho
Jamais seu perfume
Jamais tu vai pensar em mim
Jamais tu vai lembrar de mim
nunca vai sentir meu amor
jamais vai pegar em uma flor
há não ser quando ver na TV
que um jovem louco e doente
se suicidou por falta de amor
Jamais sentirei amor
Jamais dizer que gosto de você
Jamais a atração vai me condenar
Jamis irei escutar
A morte anunciada
Jamais de dor
Jamais de amor

(*de MERLOT FALCAO )

Fragmentos

Posso serm armas, revoltar-me?

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim
Ao menino de 1986 chamavam de anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim
Com ele me salvo
E dou a poucos uma esperança mínima

Pois a hora mais bela
surge da mais triste

Não sei o que seja
Eu não a escolhi
Jamais a Fitei
Mas levo uma coisa

Não estou vazio
não estou sozinho
pois anda comigo
algo indescritível.

(*poema retirado de trechos diversos de Drummond)

Um dia de verão no inverno

Nunca morrer assim num dia de sol
De vento forte calor arrebatador
Ne suar ao respirar
E de tentar chegar a sombra

Não querer o sobreviver além do querer
e refazer as vantagens do consciente
pois a chegada do ocorrido é fato

Nas primaveras de verão o florecer das flores
é mais um acontecimento do irreal
da captaçao das luzes e de improvérbios
aonde o caule estremece

Morrer só quando ter a chuva e a nuvem cinza
querer a renovaçao além da encarnação
nunca morrer enquanto viver...

A reflexão como forma de razão

A imagem refletida
refletiu o acontecimento do irreal

A ilusão psicodélica da razão
fez a reflexão

Mas o olhar não admirou a beleza
da leis opticas

A reprodução do irreal
é a razão plena do descontentamento

Tempo e vento

Não sou tempo
não sou vento

Vivo o presente
lembrando o futuro

A angústia da solidão
traz consigo a escravidão

Coisas da vida

Eu já provei muita coisas...

furacões, marés, dragões.

Mas as coisas da vida
eu simplesmente
deixei acontecer.