segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fulana

Tal como é ou deve ser:
branca, intacta, neutra, rara
feita de pedra translúcida
de ausência e ruivos ornatos

Sei que jamais me perdoara
matar-me para servi-la
Você quer homens forte
couraçados invasores

Como é sádia
os enfermos somos nós

Sou eu o poeta precário
ordinário, o desconhecido
que faz de você um mito

Mas, se tensasse construir
outra que não
essa de burguês sorriso
e de tão burro esplendor

E lhe dou todas as faces
de meu sonho que especula

A lua fica sendo nosso esquema
de um território mais justo

E digo a você: amor
já não sofro, já não brilhas
mas somos a mesma coisa
uma coisa tão diversa do que pessavamos
somos os mesmos de sempre

Quero morrer sufocado
quero das mortes a mais hedionda
quero voltar repelido
pela salsugem do largo

Quero a declaração
do que nao pode e possa acontecer

(**de MERLOT FALCAO)

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